sábado, outubro 17, 2009

O poeta, o filósofo e a contabilista

Quem percebe pouco de contabilidade, sente um compreensível fascínio por quem é capaz de lhe explicar a diferença entre débito e crédito, contas do activo e contas do passivo. Mas, esse fascínio é perigoso, porque fácilmente podemos inferir que o contabilista, em matéria de dinheiros, é detentor da verdade absoluta.
Quando a outra senhora fala de dívida pública, o poeta e o filósofo ficam ofuscados com o brilho de tamanha sapiência e tomam por excelentes todos os seus planos. (Um deles, o poeta, até acha que o povo é burro por não perceber que havia ali tamanha excelência).
Na vida prática, os contabilistas são úteis, mas não se lhes dê a responsabilidade do planeamento estratégico. Como diria alguém, os "contadores de feijões" servem apenas para contar feijões pois têm uma visão muito miudinha da vida, têm medo da própria sombra e são incapazes de projectar uma visão que seja motivadora.
O poeta e o filósofo fariam melhor em estudar contabilidade, pode ser que assim se tornassem mais razoáveis. (Duvido, mas enfim...)

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