domingo, julho 25, 2004

A decepção de Pacheco Pereira
Vasco Pulido Valente hoje no DN:
"Não se deve levar excessivamente a sério o respeito que Santana exibe pelo Presidente e pela Assembleia da República. Como não se deve levar a sério a paixão que Portas constantemente proclama pelas instituições, do seu próprio partido ao Exército Português".
Na minha opinião, acho que de facto não os devemos levar a sério. Por detrás das suas posições vejo muito oportunismo, por mais dignidade que queiram transparecer. Mas, talvez quem se posiciona políticamente em áreas diferentes se aperceba melhor disso.
Deve ser por isso que Pacheco Pereira, e também Maria João Avillez, e provavelmente muitos outros, se sentiram frustados com a atitude de Durão Barroso de rumar a Bruxelas, depois de garantir ao país que queria governo para 10 anos.
Por mim, juro que não me surpreende a atitude. Claro que não previa a oportunidade, mas uma vez esta existindo, parece-me natural na personalidade de Barroso, a aceitação.
Aqui entre nós, talvez por preconceito, desconfio sempre de quem começa a sua vida política na extrema esquerda e acaba na direita. Durão não é o único.
Mas o que interessa é que todos nós - héllas: eu também - devemos manter sempre uma certa reserva relativamente a quem julgamos representar o nosso pensamento político, e devemos mostrar uma certa contenção no nosso apoio. Muito do apoio dado a Durão Barroso fundava-se no puro utilitarismo.
Sabia a direita, que não era o homem certo, mas era o homem possível. E muitos, escamotearam coisas essenciais para apostar na utilidade do personagem. Daí a frustação. 


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